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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Opinião de conveniência

Uma questão que me aflige de quando em vez é a tal da "imparcialidade".
Não quero dizer que devemos colocar toda a nossa paixão em tudo o que acreditamos, mas que devemos preservar o direito de acreditar em alguma coisa.

Sou comunicólogo e, especialmente na minha profissão - por curioso que pareça - a liberdade de expressão é extremamente cerceada. Podemos falar SIM, mas sempre sendo imparciais. Basta que comecemos a discorrer sobre algum assunto que vem alguém levantando uma bandeira branca, branca não como a paz, branca e inócua como o nada, o vazio, e dizendo "não se pode ser assim tão radical".
Vá lá que eu não devo publicar todas as minhas opiniões, admito inclusive, comungar de algumas impublicáveis, mas não é por isso que devemos estender as leis de imprensa a mesas de bar, conversas entre amigos(ou os que supomos o serem) e demais encontros informais.

Outro dia, lembro-me como hoje, estava a ver uma notícia na televisão, sobre aquele famoso "Caso Isabela Nardoni" ainda bastante no início. Imediatamente  vociferaram "assassino, vagabundo" e outros bichos. Curioso é que, na época, ainda não havia nada que indicasse a culpabilidade do casal(que mais tarde se provou culpadíssimo). Cadê a tal "imparcialidade?
Onde vai parar o veto ao "direito de ser radical"?

Internamente capitulei naquele instante, essa tal "imparcialidade" que hoje em dia se defende com unhas e dentes não trata do ato de não sacrificar a sua opinião à conveniência e sim do seu exato contrário. Normalmente devemos julgar a todos sob o princípio da presunção de inocência e devemos julgar as coisas desapaixonadamente. As excessões as devemos à conveniência. 

Dessa forma podemos emprestar à nossa opinião a volatilidade do vento e a brancura... mas não a brancura da paz.

3 comentários:

Unknown disse...

Tomar partido por um lado que é oposto ao seu, mas, para ficar numa "boa", optar pelo lado contrário...é no mínimo desgastante, pelo menos eu considero assim. Mas é extremamente comum.
Na verdade, inúmeras situações cotidianas deixam o sujeito acuado.Ele acaba cedendo. É mais dispendioso discordar sozinho, a opinião adequada ao universal o faz “sentir-se em casa”.
Isso me fez lembrar de um episódio ocorrido no início da faculdade. Uma professora, na primeira semana de aula do semestre, após eu ter me recusado a participar de uma atividade idiota (e eu disse a ela que aquilo era ridículo, deveria ter ficado calada, mas...) que ela propôs, veio falar comigo dizendo o seguinte: “Você é rígida, deveria se abrir pras coisas. Não pode ser assim, tão radical (olha a palavra aí). Pessoas assim, como você sofrem muito..blá, blá, blá.”
Bem, eu apenas disse a ela que achava incrível, como ela era competente! Me fez um psicodiagnóstico à primeira vista, sem ao menos uma única sessão. Fantástica!
Eu poderia ter entrado na “brincadeira”, seria mais conveniente, mas preferi fazer um seminário a respeito do “Totem e Tabu” do Freud...rsrs.
É isso, ser "murista" é mais confortável.

SARAIVA disse...

O "SER SEMPRE IMPARCIAL" é algo quase que impossível para muitos, digo isso porque existem aqueles que precisam julgar para ao menos mostrar que é um ser normal, ainda aquele que quer mostrar saber mais que os outros, porque todos nós julgamos alguem de algo ou por já ter presenciado fato semelhante ou por não ir com a cara da pessoa, ai temos o preconceito e ai vai. O SER IMPARCIAL é algo quase que impossível para muitos, mas para aqueles que o pratica, até que se prove o contrário, e que acredita na inocência daquele que a maioria o chama de "deliquente" sem ao menos conhecer a sua origem e que chamam de "animal" e consequentemente será tratado como tal, ou até mesmo sem saber o que se passou ou o que levou aquele indivíduo, "suspeito", a praticar aquele delito, devemos aplaudi-lo e de pé. Onde está o espírito de humanidade? Ninguem será considerado culpado antes de sentença condenatória transitada em julgado certo? não é esse o nosso princípio? então pq a imprensa cai matando naqueles que ainda não foram condenado, pois no caso de Isabela Nardoni citado pelo "Livre Pensador" se realmente tivesse alguem entrado naquela casa e matado a menininha indefesa? vcs acham que a vida daquele casal seria a mesma, caso a imprensa não tivesse se metido e feito aquele inferno todo na vida do casal? Felizmente eles foram considerados culpados então não há prisão ou tortura que faça trazer a menina de volta, o pior é pouco para eles! então PENSEMMMM!!! rsrsrs.... abs pensador pensante, SARAIVA

Maria Zinha disse...

Já tinha visitado o seu. Vim ontem, por sinal. Uma amiga me indicou. Muito bom, excelentes textos. Bom, o "Jeitinhos" é mais um desabafo, uma forma de se confortar... como você escreve, sabe do que eu estou falando. Queria ter mais tempo pra me aprimorar nisso. Seus textos, por exemplo, são impecáveis. Muito bem escritos. Parabéns.

Obrigada pela visita.