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sábado, 30 de outubro de 2010

Tertúlia interior




Caros,

Àqueles que têm paciência e boa vontade de me ler, segue um pedaço de minh'alma.
Uma breve poesia que me ocorreu ao olhar para o sol, como ele se apresenta pra mim agora: Lindo, quente e intenso. Com capacidade de queimar - mas jamais intencionalmente - porém mil vezes me queimaria apenas para desfrutar de tanta vida que dele se origina.








Olhos meus


Há algum tempo, conheci olhos.
Olhos vivos e atentos,
Dos quais indebitamente me apropriei.

Nunca fui de me contentar com pouco.
Sempre dado a exageros, corpos não me pareciam tanto,
Quando súbito conheço olhos
Que ao incidir sobre os meus - ou apenas deitar nas minhas palavras, seguindo seu curso viva e atentamente – eram mais tocantes que mil aventuras.

Não sei o quanto daqueles olhos meus
Enxergavam suas as minhas palavras,
Os meus gestos
E os sorrisos de olhares meus.

Deito agora no descampado que ora sou,
No quarto vazio de onde retirei tudo que não mais se faz importante desde que existam eles.
E penso nos olhos.

Em pensamento – quimera anestésica que é – eles são tão meus quanto eu sou deles.
E, onde estiverem, em semi-consciência opto por crer que me enxergam.

No vazio que estou,
Após terraplanar todo o terreno que era meu,
Deposito esses olhos meus onde só eles cabem.

Lá, ainda que tomado por uma gestalt, que se apresenta apenas a quem assim enxerga,
Eles são meus.

E sorrio,
Intensamente como sempre vivi,
E vivamente como em loucos sonhos poéticos,

Sorrio.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

De volta(novamente)







Ok, após grande tempo PARADO, aqui me tens de regresso.


Não gostaria de voltar sem um conto para brindar-vos, porém fazia-se cada vez mais urgente o retorno.
Volto pois, com um pensamento acerca da vida, um tanto quanto poético.

Ei-lo:


Tenho me esforçado, e não apenas Deus como todos os seus representantes que me cercam - sim, falo dos verdadeiros amigos que não acredito serem de origem diversa - são testemunhas de que é verdade, para ser FELIZ nos últimos dias, quiçá meses.


Já disse o poeta (me nego a citar qual) "Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor."

Me aproprio, com perfeita noção de que a paráfrase não chegará perto da poesia original, para dizer que aquele que deseja atingir a felicidade tem que passar por sofrimentos.

Cá estou eu, atravessando o supracitado Cabo do Medo. Desviando dos arrecifes e reconhecendo, a cada dia mais, que os monstros marinhos são apenas frutos da minha imaginação.

A navegação há de ser lenta, pois o meu bojador também demanda cautela, porém a faço com os olhos cheios de novas descobertas, tão cheios que me escorrem e deitam no peito estufado, não conseguindo mais segurar o grito de "terra a vista".