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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Combater o medo gerando medo??




Após longa pausa, volto a alimentar meu blog. dessa vez, ACREDITEM (POR FAVOOOOR) o farei com regularidade semanal.

Eis um texto, não bem humorado como outros que aqui postei, mas de reflexão, como outros aqui já postados.

Espero que gostem, de coração.



Homofobia? Medo de que?

Ontem, estive comentando com um amigo meu – não que faça diferença, mas um amigo homossexual – o apoio de Preta Gil aos PLs 1151/95 e 5003/01, que tratam respectivamente da união estável entre pessoas do mesmo sexo e da criminalização de atos homofóbicos.

A ambos faço questão de expressar o meu total apoio. Mas ainda faço questão de pormenorizar algumas opiniões minhas acerca dos dois projetos.

Quanto ao PL 1151/95, acho curioso observar que os ditos machões, mulheres reacionárias e afins costumam falar dos homossexuais - ou de quaisquer outras pessoas envolvidas em relações homoafetivas - como “gente de gueto”. “Seres” que se encontram à margem da sociedade como a conhecemos.
Interessante é observar que esses seres obtusos não notam que quando se fala em união estável entre pessoas do mesmo sexo está sendo dado um imenso salto para que as relações homoafetivas deixem de ser feitas às escondidas, saindo assim da suposta marginalidade sugerida pela nossa sociedade preconceituosa e de um machismo arcaico.
Tenho diversos amigos homossexuais e os únicos que apresentam problemas quanto à sua opção sexual (ou orientação, como queiram chamar) são aqueles que, impelidos por uma sociedade construída sobre o solo podre do preconceito, tentam negar o que são. Os outros encontram apenas problemas fora deles mesmos, quando se esbarrram com os verdadeiros marginais. Os soldados do preconceito. Pessoas que não se envergonham de – tal e qual nazistas, porém mais escusos e menos corajosos que os mesmos – levantar uma bandeira, geralmente inadmitida e escondida atrás de costumes vetustos, a favor de crimes de ódio. O que nos leva automaticamente ao segundo projeto de lei.

O PL 5003/01, da ex-deputada Iara Bernardi, felizmente aprovado pela câmara e em tramitação atualmente no senado, que pretende criminalizar atos de homofobia é nobre, porém incoerente na sua essência.
A Constituição Federal, que ostentamos como símbolo de justiça desde 1988, define no seu artigo terceiro inciso IV, como “objetivo fundamental da República ” o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação”. Palavras retiradas da própria Carta Magna.
Vejam bem. O povo busca lutar por criminalizar algo que já é crime, de acordo com clausula pétrea, desde 05 de outubro de 1988.

Ainda assim, sou a favor de qualquer ação que busque punir atos repugnantes como espancamento e matança de homossexuais com propósitos apenas justificáveis por pessoas doentes o suficientes para os praticarem.

Sou heterossexual, e digo isso com tanto orgulho quanto diria caso homossexual fosse, e justamente por ser heterossexual, farei mais algumas observações com grande propriedade:

Os ditos “machões” que acham justo espancar ou escorraçar os por ele chamados de “veados” e “sapatonas” têm uma heterossexualidade MUITO frágil. Será que eles precisam mesmo que a sua heterossexualidade seja vinda de um espólio de homossexuais mortos, cuja herança, por sinal JAMAIS seria destinada a eles?
Para que eles tenham a segurança de se afirmem heterossexuais, precisam erradicar o mundo dos homossexuais?
Para finalizar,vai para os homofóbicos a origem do termo:

Homo = igual; Fobos = Medo.


Ficou claro??