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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Diáspora sensorial


Olá novamente, amigos blogueiros.

Eis mais um texto. Misto de poesia, crônica e mera observação de mundo.
Sem mais, segue:





Há dias quem que a poesia se faz mais necessária em nossas vidas.

Amor, paixão. Não há movimento consciente que os impulsione.

É tudo uma questão de ponto de vista.

Os mais nobres sentimentos são vítimas da nossa diáspora sensorial.
O amor – Titã mutante ao qual vivemos buscando, porém somos cegos o suficiente para jamais encontrar - segundo alguns, nasce no coração.
Migra para as mãos que acariciam, se converte em calor e antes que possamos notar já está novamente no peito, onde por vezes descansa no conforto da cama que ele fez.
Há quando ele acorda rápido e abruptamente é paixão.
Inicia uma corrida.
Passa novamente pelas mãos, agora frias, volta ao coração de onde tenta escapar pelas paredes, causando batidas fortes, incessantes, irrequietas...
Navega no sangue por ele bombeado, corando faces, lábios. Borbulhando no sexo, corre para a pele de onde sai pelos poros em gotas doces de suor salgado.

Os pelos em arrepio indicam a onda causada pela pressão de sua passagem. Sua caminhada torna-se ainda menos calma. Seus passos de urgência são traduzidos pelos pulmões que resfolegam palavras doces, por vezes rudes (sem deixar de ser doces, respeitemos a licença poética das sensações) e por outras nem palavras.

Eis que se dá o enlace. E o sensorial é elevado à incalculável potência.
E uma força centrípeta sem par nos deixa sem certeza alguma, além da que somos epicentro.

Neste momento, alguns dizem que este gigante despatriado se acomoda no peito, apertando-o em forma de saudade, outros dizem que se expande pelo corpo todo, o dilatando em satisfação...

Por fim, é novamente uma questão de ponto de vista.



Só para finalizar. assino com essa quintilha e sua assinatura:


Hoje acordei poeta.
Há sempre um poeta em nós.
Feliz fico quando ele desperta,
Pois mesmo não sendo esteta,
Sinto não estarmos sós.

A arte?
Faça-se viva e a entenderei.